Ramos Filho, vereador e empresário na área de saúde – Foto: Luciano Pereira

Por: Rose Marie

A falta de controle da jornada de trabalho dos socorristas do SAMU, em Eunápolis foi tema do pronunciamento do vereador Ramos Filho (PTC) durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Eunápolis, nesta quinta-feira (03/10). Ele comentou a denuncia do colega, Arthur Dapé (DEM), que na mesma sessão afirmou que “os trabalhadores do SAMU estão fazendo até 24 horas de trabalho sem intervalo para descanso e recebendo no almoço, arroz com ovo frito”.De acordo com o parlamentar, que também é empresário na área de saúde complementar, a Convenção Coletiva de trabalho aprovou o turno de 12×36. “Como próprio nome já diz”, explicou ele, “neste tipo de jornada o trabalhador realiza expediente no período de 12 horas, com direito a intervalo (almoço/jantar) de 1 hora e nas 36 horas subsequentes têm direito ao descanso”.

“A jornada de trabalho sem intervalo poderá provocar um tempo de trabalho estafante e deveria ocasionar uma fiscalização do Ministério do Trabalho”, enfatizou o vereador, com indignação. Disse ainda que a OAB também precisa se manifestar “porque esta denuncia caracteriza uma jornada semelhante às condições de trabalho escravo”.

Arthur Dapé, do DEM, esteve na sede do SAMU e denunciou a má qualidade da alimentação – Foto: Luciano Pereira

“Uma jornada de trabalho estafante coloca em risco a saúde e o desempenho do trabalhador como também a vida dos pacientes”. Resumiu. Finalmente, o vereador pediu que os órgãos fiscalizadores estejam atentos à denuncia. “Se isso estiver ocorrendo dessa forma precisa ser resolvido imediatamente”. Alertou.

PARCERIA PÚBLICO PRIVADA NA SAÚDE

Ramos Filho ainda apontou a falta de gestão como causadora do caos na saúde da cidade de Eunápolis e apontou o exemplo do Hospital do Subúrbio, o qual ele visitou recentemente, em Salvador, para conhecer o modelo de gestão por meio da parceria público privada.

“Lá, a média de internamento é, no máximo, de 36 horas. O paciente chega, não fica no corredor, é recuperado, recebe alta e volta para casa gerando uma economia de gasto de dinheiro público com a saúde”.

“O Hospital do Subúrbio mostra que o governo não precisa gastar mais para oferecer um atendimento de qualidade à população, principalmente os pacientes do Centro Cirúrgico”. Realçou.

Inaugurado em 2010, o Hospital do Subúrbio foi a primeira experiência de Parceira Público Privada (PPP) na área de saúde pública no Brasil. Trata-se de um hospital geral público estadual, de gestão privada, com perfil de urgência e emergência para pacientes adultos e pediátricos. Ao todo, são 373 leitos, sendo 253 leitos de internação hospitalar em enfermaria e 50 em terapia intensiva.