Por Gilson Nascimento*

Nascido em 2014 e com a ideia de ser uma provocação em forma de ação coordenada entre o Poder Público, iniciativa privada, entidades de classe, associações, federações e sociedade civil organizada, o Maio Amarelo veio para discutir o tema segurança viária. O foco principal do movimento é debater o alto índice de mortes em acidentes de trânsito no país e as formas de reduzir esses números.

 

Em 2010, A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), editou uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. Com base em um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) foi contabilizado, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes e aproximadamente 50 milhões de pessoas com sequelas por acidente de trânsito em 178 países.

 

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) no texto para discussão intitulado como “Custos dos Acidentes de Trânsito no Brasil” revela uma estimativa simplificada com base na atualização das pesquisas do instituto sobre custos de acidentes nos aglomerados urbanos e rodovias, publicado em junho de 2020. No texto, estima-se que no Brasil os acidentes de trânsito matam cerca de 45 mil pessoas por ano e deixam mais de 300 mil pessoas com graves lesões. O número de mortes pode superar 100 mil por ano sem o devido acompanhamento estatístico dos gravemente lesionados depois que entram nos hospitais.

 

No mesmo documento, o IPEA faz um levantamento, mesmo que conservador, revelando que os acidentes de trânsito têm um custo estimado de R$ 50 bilhões por ano à sociedade brasileira, sendo cerca de R$ 40 bilhões calculados nos acidentes em rodovias e mais R$ 10 bilhões nas áreas urbanas. Deste montante, podemos estratificar dois grandes fatores: a perda de produção, que responde pela maior fatia desses valores, seguido pelos custos hospitalares.

 

Esse quadro nos leva a fazer uma reflexão sobre a importância do movimento Maio Amarelo, deixando um alerta a sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo. A cor amarela simboliza atenção e advertência para que urgentemente sejam implementadas políticas públicas que visem reduzir tanto a quantidade total de acidentes de trânsito, quanto sua gravidade.

 

Entretanto, não adianta só investir nas fiscalizações, controle da velocidade, habilitação dos condutores, verificação das condições dos veículos e em modernização das vias. É necessário investir cada vez mais em campanhas e movimentos voltados a educação de trânsito, e na urgente inserção da matéria de trânsito no currículo pedagógico das escolas, pois a educação é o instrumento da verdadeira transformação.

*Gilson Pedro Nascimento de Jesus – Coordenador Regional do Detran-Ba, Policial Militar da Reserva, Bacharel em Administração, Bacharelando em Direito, Especialista em Mobilidade Urbana e Trânsito Pós-graduando em Direito e em Administração Publica e Perito em Acidentes de Trânsito.