O deputado estadual Fabrício Falcão, ao lado de lideranças local no início da caminhada dos Tupinambá

Na manhã de domingo, 30 de setembro de 2019. Debaixo de um sol ardente, na rodovia Ilhéus, Una, no sul da Bahia, foi tomada por uma multidão: o povo Tupinambá de Olivença realiza a XIX Caminhada dos Mártires. Em caminhada de aproximadamente sete quilômetros, da Vila de Olivença até a Praia do Cururupe, em Ilhéus, cerca de 3.000 pessoas participaram da edição, que faz memória à Batalha dos Nadadores, chacina comandada pelo governador-geral Mem de Sá, em 1559, contra os Tupinambá.
Presente no evento, o deputado Jean Fabrício Falcão (PCdoB) afirmou estar impressionado com a manifestação.“Tive a honra de participar este ano e foi muito bom estar presente num momento muito bonito, forte e também grave. Essa marcha acontece desde 2000 para lembrar uma chacina sofrida por esse povo em 1559. É também um ato de resistência e cobrança por respeito e direitos. Quase cinco séculos depois, a situação da população indígena no país continua muito grave; e piorou com a chegada de Bolsonaro à presidência.

O que vemos é preconceito, perseguição e ameaças. Por isso, é importante a gente apoiar a marcha e qualquer iniciativa do povo indígena”, disse. O grupo caminhou sob sol forte por um trecho da rodovia entre os municípios de Ilhéus e Una, da Vila de Olivença até a Praia do Cururupe.

 Ao final do percurso, na praia do Cururupe, após intenso ritual, houve a fala dos anciãos, e do Parlamentar Fabrício.

“Hoje eu pude caminhar, conversar e ouvir os tupinambás. E eu digo: faça o mesmo onde você mora. Procure saber da história de sua região, sobre que nação indígena habitou ou habita esse lugar, tente descobrir remanescentes, converse, escute, respeite. Eu ando muito triste com a situação de nosso país. Mas, tenho esperança. Tenho consciência que é olhando para dentro, buscando as nossas raízes e nos reconciliando com a nossa história de diversidade, os nossos ancestrais, é que vamos retomar um caminho de paz, crescimento e fraternidade”, completou Fabrício.

 Sempre acompanhado da liderança indígena Cláudio Magalhães, Fabrício foi apresentado aos caciques da comunidade Tupinambá de Olivença.

Somaram-se ao povo Tupinambá lideranças de outros povos presentes nas atividades e uma grande diversidade de representantes de movimentos sociais, estudantes, pastorais e organismos da Igreja Católica, sindicatos, estudantes, entidades da sociedade civil, parlamentares estadual, representantes governamentais e não governamentais. Não só da região, mas de todo o Brasil e até de outros países.

Do Blog Povos Indígenas