A Região

usando um sistema de equivalência de preços para resolver as dívidas da lavoura. Roberto Melo, recém-nomeado Superintendente da Ceplac para a Bahia e o Espírito Santo, considera a falta de crédito o maior entrave para a retomada do crescimento no setor.

“As dividas desses imóveis com o sistema financeiro superam de 3 a 5 vezes o valor dos próprios imóveis”, afirma. “A situação terá que ter um tratamento especial por parte do Governo Federal, vez que está mais do que provado que o fator indutor da inadimplência foi a chegada da vassoura-de-bruxa”.Ele lembra que os produtores já estavam descapitalizados por causa do baixo preço das amêndoas naquele período, saindo de R$ 232,20 em 1977 para R$ 24,32 em 2000. Porém, os custos de produção continuaram crescendo.

Endividamento

Roberto Melo, que na quarta-feira dará entrevista ao vivo no programa Mesa Pra 2, da rádio Morena FM (www.morenafm.com), de Itabuna, às 15h, considera que só existem duas alternativas para sanar o endividamento dos cacauicultores do sul da Bahia.

“A anistia das dívidas ou a conversão das dívidas em equivalência produto pela média histórica ao longo dos 30 anos anteriores. A anistia permitiria que os imóveis fiquem disponíveis para ser vendidos, permitindo a profissionalização da cacauicultura e a diversificação de culturas na Região”.

Sobre a outra opção, ele dá um exemplo. A média histórica dos preços de 1985 a 2019 é de R$ 145,98. O produtor que tomou ou vier a tomar crédito ficará devendo uma quantidade de cacau resultante da divisão do valor financiado por esse Preço Médio Histórico.

 

Como funcionaria

O governo, ou um fundo criado para isso, administraria a variação dos preços pagando ou recebendo as diferenças. Por exemplo, um empréstimo em 2008 de R$ 221.800, com o preço do dia a R$ 61/@, resultaria em dívida de 3.640@.

Ao final de 12 meses, se o preço pago ao produtor estivesse em R$ 93 e o empréstimo fosse corrigido pela taxa Selic, para R$ 247.193, para quitar a dívida o produtor teria que vender apenas 2.658@ de amêndoas de cacau, e não mais as 3.640@ inicialmente previstas.

Pelo modo aqui proposto, pela media histórica, a quantidade da divida, em cacau, seria de 1.693@, referente ao valor corrigido do empréstimo. “Esse sistema é uma ferramenta que permitirá ao produtor planejar o seu negócio e ter confiança em investir na produção e na propriedade”.